O FILHO DO NADA
O
nada gerou o filho que
Na
barriga gerou a dor que
Na
inocência faltou a coragem,
Que
no medo se fez só.
E
do filho que foi gerado no amor,
Foi
feito do nada, do nada que o gerou.
A
morte levou o filho ainda na barriga,
Sem
defesa, partiu sem saber,
Que
do nada foi gerado em forma de dor.
Feito
por um amor indecente,
Morto pelo descaso
do inconsciente.
O
filho daquele, que o gerou, mas não.
Quis
dá um nome, para não ter vergonha.
E
o filho não passar fome, na barriga.
Ainda
a historia se consome.
Partiu
o filho daquele que do amor o gerou,
Sem
saber que foi gerado do fruto do pecado,
Gerou
a dor e o abandono.
O
filho chegou feita nuvem na barriga, entre briga,
Encontros
e desencontros, feito fumaça se foi.
Entre
gritos foi colhido, não foi escolhido,
Entre
aquele que nasceria perdido no lodo,
Feito
esgoto,
Lançado,
em prantos não achou!
Acalanto
entre prantos dormiu em tumulo de carne,
Entre
o carmim e o vinho tinto
Era
a cor da dor que descia e corria como rio,
Entre
pernas e mãos que o possuía...
Do
nada ao nada foi jogado o filho do acaso,
Que
foi plantado na barriga, entre brigas e intrigas.
Não
houve direito a despedida ou ao choro,
Da
mãe desvalida, sujeita a força dos que
Não
amavam o fruto que jazia na barriga.
Escrita
em: 27/12/1977
adOreiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
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